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Publicada em 3 de julho de 2016

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Contador engole isca e é preso

A Polícia Federal prendeu na noite da última sexta-feira o contador Florisvaldo Fúrio, que cuidava das finanças do empresário Osmar Borges e também é acusado de participar das fraudes na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).

Ele foi detido na porta do Ministério Público Federal, em Cuiabá, depois de ser atraído pelo Procurador da República José Pedro Taques, que teria prometido a seu advogado dar parecer favorável ao pedido de revogação da sua prisão preventiva, desde que o visse e conversasse com ele.

Segundo Jatabairu Francisco Nunes, o advogado de Fúrio, Pedro Taques o enganou. “Eu precisava de um parecer favorável do Ministério Público. O doutor Taques me garantiu que se eu levasse meu cliente para depor daria o parecer a nosso favor. Para minha surpresa, na saída da Procuradoria, havia um monte de policiais nos esperando”, disse ontem.

Florisvaldo Fúrio é uma das seis pessoas de Mato Grosso que tiveram prisão preventiva decretada na última segunda-feira sob a acusação de envolvimento nos desvios de recursos da Sudam. Ele era o único que ainda não havia sido preso, e agora é o segundo a ficar na cadeia, ao lado Gerônimo Jorge Gonsuo. Os outros quatro foram presos e liberados um dia depois.

Ainda na noite de sexta-feira Florisvaldo Fúrio prestou depoimento na sede da Polícia Federal e foi levado para a Cadeia Pública de Santo Antônio de Leverger. Desde segunda-feira, ele estava escondido em um sítio próximo à Cuiabá.

Ele revelou para a Federal que deixou de trabalhar para Borges logo que surgiram as primeiras denúncias contra suas empresas, em outubro de 1997. Ele disse ainda, segundo a PF, que a construtora Metropolitana, que prestava serviços aos projetos de Borges e cujo endereço era o mesmo da Saint Germany Agro-industrial, pertencia a dois funcionários do empresário – Gasse Mahfouz e Eduardo de Souza Machado.

Ao contrário de Borges, Fúrio não recorreu ao Tribunal Regional Federal para deixar a cadeia. Primeiro tentou o relaxamento ainda na primeira instância, em Cuiabá. “Isso prova que meu cliente é pobre. Ele não tem dinheiro para ir até Brasília conseguir o habeas-corpus”, disse seu advogado Jatabairu.

O procurador da República Pedro Taques não foi encontrado para falar sobre a acusação de ter enganado a boa fé do advogado Jatabairu e seu cliente para prender Fúrio. Ele não retornou às ligações e recados deixados em seus telefones.