Prezados Colegas,
1. Fiz circular, há poucos dias, mensagem denominada “Apelo da Magistratura Maranhense”, na qual relatei a situação do quadro funcional do Poder Judiciário maranhense e a luta da Associação de Magistrados do Maranhão – AMMA, para a realização do concurso Público.
2. Pois bem, o nosso trabalho foi coroado, porquanto, no último dia 10, o Pres. do STJ, Min. Edison Vidigal, atendendo requerimento do Ministério Público do Trabalho – acionado pela AMMA – suspendeu a liminar concedida pela Des. Nelma Sarney que impedia a realização do certame.
3. Porém, quero frisar a importância do apoio de todos que se manifestaram , e destacar, neste espaço, a atuação da Associação dos Magistrados Brasileiros – AMB, nas pessoas do seu presidente e do Coordenador da Justiça Estadual, respectivamente, Cláudio Baldino Maciel e Rodrigo Collaço, que, em todos os momentos, tem estado ao lado da AMMA na luta pelo restabelecimento do quadro institucional no Judiciário Maranhense.
4.A suspensão da malfadada liminar não é o fim da luta, esta prosseguirá até que o concurso público seja realizado. E, dentro dessa perspectiva, o Conselho Executivo da AMB deliberou realizar a sua próxima reunião em São Luís do Maranhão, como forma de expressar o seu apoio incondicional à luta da magistratura maranhense.
Abs.
Gervásio Santos.
Caro Roberto:
VC está certo; sem conscientização da população, que deve saber que o Judiciário é seu guardião, de nada adianta essa luta de aperfeiçoamento da instituição. Entretanto, há falta de cultura e conhecimento direto até mesmo do que é o Judiciário, pois o povo (de qualquer classe) confunde Justiça, que tem em suas acepções ligação com todos os poderes e suas competências, e além disso há por certo campanha contra o Judiciário, para que os olhos do cidadão não recaiam sobre o Executivo e o Legislativo, que, em verdade, possuem problemas dramáticos, lamentáveis, radicalmente muito piores que os que atribuem ao Judiciário, realmente estruturais e morais, principalmente, mercê de um sistema eleitoral que funciona somente depois que os candidatos estão escolhidos, não havendo tempo de o povo exercer seu direito de crítica, nem de tentar impedir, e. g., candidatura fatalmente reprovável. Há total rechaço da sociedade civil. Produzem-se discursos que são tão aparentemente puros, que nem há como criticá-los, pontuá-los, analisá-los, estilo TV Globo, onde a notícia não tem contexto ou é suportada por empirismos incontrastáveis, onde tudo é grave e ao mesmo tempo pode deixar de sê-lo, num passe de mágica, e boçalidades devem ser recebidas com contentamento de criança que ganha boneca ou chocolates, sob o olhar mecânico dos repórteres, na sua autômata missão, de falar sem inflexão, como lunáticos, aparentemente coerentes (à exaustão), tristemente autorizados pelo público.
Sartre disse, antes de morrer, que depositar na urna o voto é um ato simbólico, no mundo presente (a mensagem ainda resta atual!), mas nulo quanto a seus fins, e politicamente.
É como entendo.
José Couto V. Pontes